quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ensaio sobre a traição feminina por Anais

"Por muito tempo ouvimos dizer que para a mulher, sexo e amor estão, de modo geral, inevitavelmente relacionados. É certo que durante muito tempo foi assim e por questões basicamente culturais ainda é, mas este comportamento vem mudando desde os tempos da revolução sexual nos anos 60. Embalada por estes acontecimentos, a mulher moderna conquistou lugar de destaque na sociedade e ocupa espaços antes destinados apenas aos homens. Com isto teve que adaptar-se e comportar-se de forma diferente, influenciada pelo chavão dos “direitos iguais”. Sexualmente estamos mais liberadas, aprendemos o caminho do prazer e não queremos mais sair da cama sem nosso orgasmo. Levamos preservativos na bolsa, tomamos iniciativa na hora da conquista e traímos quando estamos insatisfeitas. Em outras palavras, vamos à luta sem medo.

Infelizmente, apesar de todas as conquistas do universo feminino o machismo ainda persiste forte dentro da nossa cultura. A mulher que trai ainda é rotulada como vagabunda, enquanto a mesma atitude no homem é símbolo de virilidade. Mas mesmo assim as mulheres traem, não tenham dúvidas. E para resguardarem sua imagem, se for necessário, o fazem com absoluta discrição, sem deixar pistas que a comprometam futuramente. Além disto, muitas de nós separam muito bem sexo de amor. Este status, entretanto, ainda é reservado ao universo de mulheres maduras e bem resolvidas, mulheres que, como muitos homens, traem quando a rotina se instala e a traição funciona apenas como agente revitalizador, não interferindo na estabilidade da relação.

Ninguém duvida que a traição sexual acontece quando há algum tipo de insatisfação, seja ela amorosa ou física. Como seres humanos, todos nós, homens e mulheres, somos movidos pela busca incansável do prazer e fatalmente em determinados momentos nos sentiremos insatisfeitos e partiremos em busca da satisfação. Em alguns destes momentos teremos um parceiro ao nosso lado, que por algum motivo não estará nos satisfazendo, então, é aí, neste momento que brota a semente da traição.

É muito difícil ver uma mulher trair por esporte, como a maioria dos homens faz, mulher tem que ter um motivo coerente para trair. Para mulheres geralmente o motivo é relacionado com o sentimento, traímos quando nosso parceiro não mais nos emociona, não mais arrebata o nosso coração, não mais nos realiza como mulher. Traímos quando estamos inseguras em relação a nossos sentimentos, ou quando nos frustramos demais com o nosso parceiro. E se trairmos, dificilmente manteremos um amante por tempo indeterminado, como é de praxe entre os homens. Nós mulheres não gostamos de situações indefinidas, necessitamos de objetividade, das coisas bem resolvidas, de segurança.

Não nos satisfazemos com paliativos, como manter uma relação de aparências, podemos até aceitar isto por um tempo, mas com certeza chegará o momento em que resolveremos todas as pendências."

Deixei este ensaio em resposta ao desafio levantado pela nina e porque não quero ser acusado de machismo, coisa que até nem sou. Ainda assim, discordo do ensaio na parte em que afirma que as mulheres não traem por desporto. Isso não é verdade. Hoje em dia, a traição por desporto assenta tanto para o homem como para a mulher. Quer elas queiram admitir ou não.

1 comentário:

nina disse...

:) Concordo com quase (digo quase)tudo o que foi escrito, excepto a "da traição por desporto". Aqui concordo contigo Blue, pois a traição, como já tinha dito, não tem sexo e a "desportiva" idem idem. As mulheres também traiem por desporto sim, com comportamentos e personalidades iguais aos dos "típicos machos"! E como não sou nem feminista nem machista admito que actualmente as "diferenças" entre homens e mulheres tendem a esbater-se cada vez mais, pelo que a explicação (fora as restantes envolvências... claro) para a traição terá essencialmente a ver com a personalidade do indíviduo (homem/ mulher).